O jornal estadunidense Green Bay Press Gazette entrevistou nessa semana o tecladista do Guns N' Roses, Dizzy Reed, e o músico não se fez de rogado ao recapitular sua trajetória pessoal e profissional ao longo dos últimos 20 anos. Confira abaixo um trecho da conversa::
(...) “Por um período muito longo de tempo, até 1991 ou 1992, se você estava em uma banda e queria se dar bem, você basicamente tinha que se mudar pra Los Angeles,” ele disse. “… Então você tinha milhares de bandas. Era essa fábrica de rock. E as gravadoras as pegavam de colher. Chegou uma hora quando elas tinham contratado bandas demais.”
A grande oportunidade de Reed veio quando uma amizade com a formação original do GNR no fim dos anos 80 tornou-se um convite de Axl Rose para juntar-se ao grupo em 1990 para a gravação dos dois volumes de “Use Your Illusion”. Foi um período eletrizante e também de provação para Reed.
“Obviamente, houve tempos durante os quais eu me beliscava todo dia, dizendo, ‘Wow, isso está mesmo acontecendo? ’”, ele disse. “Pela primeira vez, eu estava mesmo sendo pago pra fazer o que eu queria fazer. Eu tinha meu próprio apartamento pela primeira vez. Eu tinha meu carro pela primeira vez. Era tudo ótimo.”
Mas ele disse que também havia incerteza sobre quanto a ele virar ou não um membro efetivado e que ele teve que se afirmar por um ‘período de iniciação’.
“As coisas nem sempre foram boas ou alegres. Eu meio que acho que tive que fazer por merecer. Olhando hoje em dia, foi provavelmente algo bom pra mim. Muitas pessoas deixam que o sucesso lhes suba à cabeça. E eles não iam deixar que isso acontecesse,” ele contou.
E enquanto membros como Slash, Duff McKagan e Izzy Stradlin vieram e saíram ao longo dos anos desde então, Reed sempre permaneceu na vaga. O segredo dele?
“Eu acho que minha meta sempre foi contribuir o tanto quanto eu pudesse para essa banda. Axl me deu uma grande oportunidade muito tempo atrás. Não há nenhuma voz na minha cabeça me dizendo que eu preciso ser leal. Eu sou uma pessoa leal. Quando eu começo algo, eu quero terminar. Isso é o principal.”
A formação mudou, mas a música daquele tempo ainda ressoa durante os shows ao vivo, Reed afirma. A banda esteve em turnê de outubro até algumas semanas atrás, quando fez uma série de apresentações em casas noturnas de menor porte.
“Eu, pessoalmente, ainda sinto que faço parte de uma grande banda, assim como sentia naquele tempo. Ser apenas uma engrenagem numa roda e fazendo com que ela funcione,” ele disse. “As músicas ainda são muito boas. Ainda é ótimo deixar as pessoas felizes e sentir aquela energia…”
“No fim das contas, Axl está lá em cima, cantando. É isso que há em comum, obviamente… estamos fazendo justiça ao nome Guns N’ Roses e levando-o até onde podemos, quiçá além. Essa banda é o Guns N’ Roses.” (...)
Fonte: Whiplash
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